POST-HOMENAGEM

Nesta sessão, eternizarei as amizades feitas pelo caminho. 

"ANDREAS"


Era para ser um post sério, a princípio. Nem comecei, já falhei miseravelmente.

São muitos anos de trilhas, viagens, histórias, lembranças. Algumas são comoventes, outras, em contrapartida, são hilárias. E eu tenho o "riso frouxo", como me disseram uma vez. Acho graça nas coisas.

Herdei o senso de humor de meu avô paterno, Alfredo Gonçalves. Quem teve a honra de conhece-lo, deu, com certeza, muitas risadas com ele. Ele gostava mesmo de fazer as pessoas sorrirem. Extremamente bem humorado.

Na verdade, o humor dele não tinha limites, num stand up ou na igreja, no meio de um sermão. Eu amava isso nele e esta é a minha herança: o humor do seu Alfredo.

Enfim, inauguro a sessão de "posts-homenagem" deste blog, onde pretendo explorar meu lado comediante e usar uma linguagem menos rebuscada, com direito a muitos "kkk", "rsrsrs" e "hehehe" e me perdoem por isso, mas é a única forma de dar destaque às lembranças e às pessoas que até hoje me fazem chorar de tanto rir, os melhores amigos de trilhas e viagens que já tive.rs

Sem muito rodeio, vou logo apresentando os fatos. Depois, as conclusões!!!

Os fatos

A ordem não importa, porque, sinceramente, não lembro em que ano aconteceram. Mas, aconteceram, posso provar. Isso basta. rs

1. Teve raffting no Rio Ribeira, em Rio Branco do Sul. O bote virou, ou melhor, "viraram" (alerta de spoiler: o agente da empresa vira o bote durante a descida da corredeira). Foi assustador e divertido ao mesmo tempo, tanto que voltamos alguns anos depois e repetimos a façanha.

2. Teve um mergulho com cilindro em Santa Catarina e, na mesma ocasião, o primeiro acidente automobilístico numa rodovia federal. Aquaplanamos em grande estilo, "nós" e outros 4 ou 5 carros "depois de nós", cena de filme.rs E voltamos prá casa de madrugada em cima de um guincho.

3. Em Campina Grande do Sul, Camapuã, Tucum e Caratuva e o primeiro e segundo ataques ao Pico do Paraná. No primeiro ataque, em um grupo de aproximadamente 10 amigos,  tudo fechado lá em cima. Frio, garoa e neblina. Não conseguimos ver absolutamente nada do cume. Uma das colegas, estudante de fotografia, se não me engano, ao publicar um dos vídeos da trip nas redes sociais no domingo pela manhã, logo após o sábado da trilha, entre um gemido e outro (porque o corpo dói bastante depois de caminhar durante 11 horas com equipamento fotográfico nas costas, incluindo um tripé! rs) desabafou: o cume do Pico do Paraná é "uma pedra com um pauzinho no meio". Bom, de certa forma ela estava certa, pois foi tudo (nada) o que conseguimos ver, devido ao mau tempo. Lembro que alguns montanhistas auto-intitulados "fodões" a criticaram bastante por isso. E, outro colega, durante a trilha, no cume do Getúlio, ao observar que haviam pássaros voando abaixo de nós, bradou: "Voa, passarinho fraco!", com orgulho por ter chegado até ali. Lembro e rio descontroladamente. Era para nunca mais termos voltado depois desta experiência, mas, voltamos e no segundo ataque (o grupo do primeiro ataque reduziu drasticamente para 2 pessoas), fomos devidamente recompensados. O vento soprou e revelou toda a serra do Ibitiraquire pouco depois de chegarmos ao cume. Assunto para um post inteiro.

4. Em Morretes: o Salto dos Macacos, Rochedinho, Ponta do Tigre, Olimpo e Abrolhos, pela frontal e pela noroeste. Numa dessas aventuras, antes de descer o Olimpo pela via Noroeste, a água acabou. Quase deliramos de sede. A descida é longa e pesada, cheia de obstáculos, grampos e correntes. 5 horas depois de iniciarmos a descida, já na base, em Engenheiro Lange, uma torneira com água potável, cristalina. Que benção hein! O que fizemos? Pegamos a garrafa pet de 2 litros vazia na mochila, colocamos um pacote de tang de uva lá dentro e enchemos ela com a água potável. Estragamos a água, mas tomamos todo o tang. Éramos jovens, nossos rins também, então, estamos perdoados.rs

5. Em Piraquara, o Morro do Canal, várias vezes. Aquele tipo de trilha que se faz de última hora, no improviso, por ser muito próxima a Curitiba, só para alongar as pernas.

6. Em São Bento do Sul, depois de tentar tirar uma foto pegando a rabeira de um trem em movimento, fizemos uma breve visita ao borboletário da cidade (só esqueceram de avisar as borboletas que receberiam visitas naquele dia) e, logo após o almoço, nos dirigimos para o Morro da Igrejinha, onde faríamos um "trekking de nível leve", conforme o planejado, exceto pelo temporal que nos pegou de surpresa. Inclusive, alguns desistiram e ficaram no carro, menos eu e meu amigo, ignorando as súplicas dos demais colegas de viagem.rs Na descida, aquela enxurrada de água, muita lama e poucas árvores em que pudéssemos nos apoiar. Sem exageros, pulávamos de um lance alto para um lance mais baixo de terra, na descida, porque era impossível descer andando normalmente. E, para o nosso azar, as poucas árvores da trilha em que conseguimos nos agarrar para descer o morro, tinham espinhos que grudavam na pele ao segurarmos seus galhos. Um dia depois, rimos das muitas cicatrizes nos braços, quando nos encontramos no trabalho pela manhã (pois trabalhávamos na mesma empresa), como se tivéssemos abraçado um porco-espinho. Experiência única!

7. Buraco do Padre e Salto São Jorge, em Ponta Grossa. Os campos gerais também merecem um post exclusivo, pois lá vivi muitas aventuras, repetidas vezes, com vários grupos de amigos que tive a oportunidade de guiar.

6. Em Quatro Barras, o morro do Anhangava; perdi a conta. Em uma das missões, tivemos que abortar, depois de sair direto do trabalho prá tentar pegar o pôr-do-sol pelo acesso via morro da asa-delta, pois o carro encalhou na estrada ... minutos antes de a tempestade nos alcançar na Régis Bittencourt, como se a situação não pudesse piorar.rs

8. E também, teve de Quatro Barras a Morretes a pé, pelo caminho do Itupava. Outra experiência repetida diversas vezes.

Estas foram algumas das experiências que me vieram à memória, por uma única razão: em todas elas, alguém estava comigo - o "Andreas". (Andreas é o apelido que escolhi para o título do post, mas o nome verdadeiro dele é Luiz ... Luiz Fernando Andrea de Mello. Acrescentei um 'S' no sobrenome, para não expô-lo.rs)

A conclusão

Imaginem a conclusão a que cheguei: nenhuma aventura teria valido à pena se meu maior parceiro de trilhas não estivesse lá, para confirmar tudo o que acabei de escrever. E isso reforça o que escrevi no primeiro post: Ninguém deveria trilhar sozinho! Trilhar acompanhado desenvolve um forte sentimento de equipe, de cooperação, e isso é fundamental na vida, não só nas trilhas.

Meu amigo, esse post foi a forma que encontrei de homenageá-lo, com muito humor, mas de uma forma muito sincera, porque tudo o que vivemos foi real, e marcou nossa vida para sempre. Acredito nisso! Hoje, trilhamos caminhos diferentes, mas nossas aventuras nos modificaram de alguma forma e criaram laços que não desatarão jamais. Nossa amizade já ficou registrada na história!

E, o melhor, sobrevivemos para contar!

Esse post celebra uma vida de amizade e nossas empreitadas nas trilhas.

As fotos

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